Estado de ser
Vasculhador de gavetas
Recheadas sempre de pedaços de papéis.
Onde será que estão suas outras partes?
Seus inteiros perdidos por aí
Desapegados de suas origens, seus pais primeiros
escolheram outros familiares
se desmembraram foi?
Inacabados bilhetes, papéis de presente, guardanapos
Cadernetas com folhas arrancadas
Idéias ainda peladas desformes inacabadas
Só as encontro pelas partes
Ora braços, pés
Unhas migalhas de carne
As vezes rubras sangram
Inundam o quarto
A cama de dormir
E eu vasculhador tento inutilmente enfiar cada um dos pedaços pra dentro das gavetas
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
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4 comentários:
Atire-os ao vento para que todos vejam.
Beijos e beijos,
Alex
http://alexribondi.blogspot.com/
Em alguns estados mal cabe-se na propria gaveta...
mesmo apos a fome ( que insiste em não passar)
Serão sempre velhas unhas roídas no final...
as vezes pequenas partes de nós devem ser esquecidas, ou doadas, ou até rasgadas em pedacinhos... Nem tudo cabe na gaveta. Talvez o melhor a se fazer, seja realmente jogar ao vento. Virar in- Vento.
E com muito vento dentro, voar pra fora!
saudade de ti! =]
beijo
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